terça-feira, 4 de maio de 2010

- Abrigos.

Quando falta o ar, e os olhos doem..
Acendo um cigarro e me transformo em calçada..
Quando a culpa vem, pego um atalho até o meu abrigo.

Passando pela estrada de chão, minhas pernas doem
Mas o ar quente e o vento leve e seco me confortam...
Na tentativa de andar sem pensar, pensei em como andar
Pernas tortas, joelhos dobrados... tento endireitar e as pernas doem ainda mais..
Minha marcha desengonçada foi interrompida por uma musica chorosa, alguma coisa sobre uma carta, alguém que pedia pra voltar.. e uma voz desafinada de mulher acompanhando a estridente voz do cantor..
Não consegui segurar o riso, existia alguém em pior estado que eu.

Mais alguns passos tortos e estava a salvo, nos unicos olhos que me entendem, sem precisar de explicação...
E nos refugiamos em nossa solidão, e fugimos do mundo uma tarde inteira
E fomos felizes.

Na volta pra casa, o clima havia mudado..
Estava mais quente, mais humido e não ventava..
Pensei no céu, pensei no sol
E não pensei em nada.

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