segunda-feira, 31 de maio de 2010

Parece pouco, mas eu sei...

"Meio sorriso, meia lua, toda tarde..."

Hoje a manhã trouxe na bagagem lembranças de um passado que mais se parece com outra vida.
Um saveiro branco, carregando na bagagem quatro sorrisos, quatro corações e um só amor...
Redesenhando o passado, sinto como se as cores daquelas noites fossem diferentes... o sabor era diferente, o clima era diferente..
Eramos livres, tinhamos tempo e esse tempo era sempre exclusivo nosso.
Nossas noites estreladas, todos juntos apertados, sorrindo indo pra qualquer lugar...
Parece que nos divertiamos mais facilmente, qualquer coisa era pretesto pra acabar em gargalhada
A vida era mais intensa, tão intensa que faz tudo hoje parecer cinza, morto...
Nosso tempo está despedaçado, e nossas alegrias são menos intensas
Parece que envelhecemos, acho que envelhecemos...

"Antes eu sonhava,agora já não durmo..."

Sinto falta dos nossos dias e noites simples..
Fazia muito calor, algumas noites choviam..
E eramos sempre quatro, sempre felizes..
Quero sentir de novo aquele conforto de tardes de verão..

Amo Vocês.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cuidado ao dormir

Dos medos que já senti, o que bate em minha porta com mais frequência chega agora a dormir em minha calçada, seguir meus passos, vigiar meu sono, escurecer meu horizonte...
Senti seu furor cortar meus sentidos ainda muito jovem... foi aos 13 que pela primeira vez ouvi falar seu nome...
- Câncer.

Ninguém nunca sabe ao certo o que isso de câncer significa, até que ele chega, reduz sua família a migalhas... cobre sua vida de insegurança.. "ela vai ou não voltar?"
E te insistem em levar pra escola, afinal de contas sua vida continua.. mesmo que você não esteja comendo e ninguém notou... mesmo que você não esteja mais falando e ninguém notou...
Foram longos 8 meses, meses em que meu pesadelo era estar acordada, e tão só... meu medo dormia na cama ao lado, me beliscava no meio da noite, só pra me fazer sofrer um pouco mais sabendo que não adiantaria gritar por ela.. eu estava só, meu medo e eu.
Por sorte, ou sei-lá-o-que.. ela não era fraca como eu, e o medo não foi um inimigo a altura... Toda dor, sofrimento, cirurgias, erros médicos.. fizeram dela uma mulher ainda mais forte, que voltou pra casa o mais rápido possível e colocou aquele monstro que me aterrorizava pra fora do meu quarto!

Mas ele esperou na calçada...
E foi um ano depois... Ouvi seu nome novamente, golpeando minha cabeça pela segunda vez, e dessa vez pra me tirar de órbita...
Câncer.. no homem mais forte e indestrutivo da terra... e novamente estava eu dormindo sufocada.. tentei me proteger dormindo entre seus lençóis em sua cama vazia... fiz mais orações em uma semana do que em minha vida inteira... antes ou depois..
Dessa vez, o de aparência mais forte não era tão forte pra resistir a fúria que se espalhou rapidamente. Estômago, faringe, rins, pulmão, sangue... 14 dias de internação depois e o homem mais inteligente com quem eu já conversei perdeu completamente a consciência... um tumor, assim como um tiro no cérebro... e ele se foi.


Perder, pela primeira vez perdi.
E me lembro de acordar chorando durante dias seguidos...
Sonhava que meu pai morria, e quando acordava... a cama vazia no quarto ao lado mostrava a verdade... e eu me encolhia no canto, e sentia meu medo sorrindo, rindo, correndo, crescendo em volta de mim.

É esse ainda, o sonho que me assombra,
o que ainda me faz chorar.


"É tão estranho, os bons morrem de câncer..."

sábado, 22 de maio de 2010

Não esperava por mais, até que você me levou pela mão...
Agora, quero mais, quero intenso, quero a vida!
Quero seu abraço na noite de sexta
Seu suspiro e seu suor na madrugada
E quero seu sorriso na manhã de sábado.

Quero que você não tenha que voltar, mas que fique aqui pra sempre
Quero não te pedir pra ficar, quero não te ver partir
Quero viver te ouvindo sussurar, dizendo que eu sou tudo, ou qualquer coisa...
Queria que você fosse meu mundo.

É, mentira.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Qualquer Terça é Sexta

Gosto mesmo é de sorrir em mesa de bar
Musicas melosas, sal, limão e Antartica
Sem falar nas companhias inseparáveis, meus amores eternos de verão
Amores de dramas e ressacas, despedidas e reencontros

Bom mesmo é caminhadas em noites de lua cheia, noites sem lua, e até em tardes de desespero
Bom é gostar de sertanejo por um breve momento, dançar pagode sem ritmo, pular no asfalto feito pipoca
Viver é amar sem querer, querer sem amar, viver e beber

A quem vive um breve conselho: tenha bons amigos, um bar perto de casa e tudo é alegria.



p.s.: Só tou vendo duas putas, só vejo duas bêbadas... e amo as duas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os relógios na parede marcam horas diferentes e eu estou perdida em cada uma delas...
Os garotos sorrindo em bancos de praça são visões do passado onde eu vivi,
e agora eu começo a sumir..
Foi em alguma esquina, alguma calçada...
perdi minha juventude...
me perdi.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

- E você... vai me amar amanhã?

Perto do horizonte, nosso ponto de encontro.
Deitados na areia sussurrando eternidades ao pé do ouvido, nos tornamos ladrões de sorrisos, cobradores de sonhos...
Seria felicidade, entre o vento que nos enlouquece e a chuva que nos alivia
Seria amor, entre palavras engasgadas e suspiros de emoção..

Conhecendo a paixão e a forma como ela queima depressa, qualquer um veria que não estávamos apaixonados... nosso amor é preguiçoso, se arrasta lentamente através dos anos.
Nossos lábios nunca tiveram urgência em beijar, o horizonte é sempre tão calmo, tão infinito..
E quando se fala em infinito, pra que a pressa? o infinito é pra sempre.
Vejo você no meu horizonte.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Patins, Coca Cola, Besteirol Americano

A cada cigarro, me distancio mais de quem desejei ser..
Toda vez que estouro o limite do cartão com inutilidades me aproximo mais do meu futuro falido, nãodesejado mais já esperado..
e toda vez que repito aquele refrão, me vejo tão longe de ser o amor que desejei ser na sua vida.

Quando o vento canta uma canção, e as libelulas atravessam os pensamentos sem motivo ou razão, lembro dos dias de chuva, dos dias de sol, das noites estreladas e das noites sem lua..
Lembro das mãos dadas e dos pulmões leves que eu carregava, olhos sem embriagues
me lembro que chocolates e amor eram as drogas mais fortes que consumiam meu corpo

Desejo ainda mãos dadas, e noites sem estrelas, nuvens sem chuvas e filmes interrompidos por amassos..
Se eu te contasse, se você soubesse a falta que sinto do pão com manteiga, e de quando eu recusava o café...
Seriamos eu e você, apenas eu e você na mesa da cozinha, sorrindo da louça por lavar, sorrindo da aula de ingles que eu resolvi matar, sorrindo só por ser feliz..

Mas continuo aqui, apenas mais um cigarro.
O ultimo cigarro, a ultima cerveja, a ultima vez que penso em você
e eu juro, juro sobre essas cinzas que não amo mais você
Juro que sei mentir.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

- Tarde de verão.

Esperava dormir rapidamente...
troquei a roupa, ajeitei o lençol, pensei em colocar o aparelho mas resolvi dormir sem...
Como de costume peguei um livro, e com a vista cansada lia, mais para adormecer sem pensar do que pelo conteúdo do livro em si, kafka acabou se tornando maçante...
Joguei o livro no chão, e minha preguiça não me deixou levantar pra apagar a luz...
Fui obrigada a pensar e meus pensamentos foram parar nas horas agradáveis daquela tarde quente...
Triste como é fácil se apaixonar...
Não precisei de tempo pra pensar, e nem a preguiça me impediu de levantar e pegar o celular...
Juro que eu não queria ligar, mas também não queria ter pensado... agora já era tarde.
É, eu não sabia o que falar, e acabei dizendo que estava com saudade...
Jura? Não fazia 5 horas que eu havia ido embora. E tive que sorrir.
Cantei com uma voz melosa uma despedida, e movida não sei por qual energia fui saltitando apagar a luz...
Me enrolei no lençol, abracei o travesseiro e olhei pras estrelas através da janela..
e minha próxima lembrança foi de acordar, pensando em você.

1bj

terça-feira, 4 de maio de 2010

- Abrigos.

Quando falta o ar, e os olhos doem..
Acendo um cigarro e me transformo em calçada..
Quando a culpa vem, pego um atalho até o meu abrigo.

Passando pela estrada de chão, minhas pernas doem
Mas o ar quente e o vento leve e seco me confortam...
Na tentativa de andar sem pensar, pensei em como andar
Pernas tortas, joelhos dobrados... tento endireitar e as pernas doem ainda mais..
Minha marcha desengonçada foi interrompida por uma musica chorosa, alguma coisa sobre uma carta, alguém que pedia pra voltar.. e uma voz desafinada de mulher acompanhando a estridente voz do cantor..
Não consegui segurar o riso, existia alguém em pior estado que eu.

Mais alguns passos tortos e estava a salvo, nos unicos olhos que me entendem, sem precisar de explicação...
E nos refugiamos em nossa solidão, e fugimos do mundo uma tarde inteira
E fomos felizes.

Na volta pra casa, o clima havia mudado..
Estava mais quente, mais humido e não ventava..
Pensei no céu, pensei no sol
E não pensei em nada.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

- O dia Seguinte (Setembro 2007)

Não existia nada melhor que matar aula pra ficar a manhã inteira juntinhos no colchão..
Todo mundo já sabia, quando um faltava, o outro também faltava.. e todos sabiam, era felicidade, era amor.
Mas naquela manhã, tudo parecia mais intenso
O amor estava exalando pelos nossos poros.. assim como o medo.
Acho que o desespero torna tudo mais intenso, e naquela manhã o desespero enchia nossos olhos, nossos corpos, nosso coração.
Tudo que eu queria, era que ninguém mais no mundo existisse
Tudo o que ele queria, era que pra mim, ninguém existisse...

Mas mesmo sem falar, mesmo tentando evitar.. nós dois sabíamos
Existia outra pessoa.
E passamos o dia juntos, sem dizer uma palavra... mas a angústia gritava
E quanto mais a noite se aproximava, mais doía, era como uma prévia do fim.
E sim, aquela noite foi o inicio do fim.
Longe do meu amor, olhando outros olhos, bem menos intensos..
Mas, tomada por um sentimento ainda desconhecido..
Algo como admiração pela forma que aquele garoto estranho fumava, ou talvez a voz macia com que desenhava a vida que eu desejava ter, fingindo que sabia ler quem eu queria ser..
Tomada por um forte impulso, coisa que alguns chamariam de paixão... beijei aqueles lábios finos e com gosto de matte e cigarro, e pareceu certo.

Perdi minha lucidez, esqueci todo meu amor durante 30 minutos
Apenas eu, o garoto estranho e a meia luz do pátio do cursinho
"menina, você linda... te escrevi um poema"
Como uma garotinha de 12 anos, me deixei levar por um poema de um garoto estranho.
E o meu amor?
Estava no dia seguinte, no portão do colégio, com o sorriso mais fofo e o olhar mais sincero, que nunca precisaria de palavra nenhuma pra me convencer que era real..
E no meu coração o peso de uma duvida, e nos meus lábios presa uma confissão.
Não! Guardei aquele beijo, e sorri.