quarta-feira, 28 de abril de 2010

- Não leia!

Quem não conhecesse aquele homem, poderia até julga-lo preguiçoso.
Gostava de cochilar depois do almoço, (não antes de comer um pedaço de um dos seus doces que eram sempre mantidos escondidos), e também durante o Jornal Nacional, acordando apenas para responder o "boa noite" ao William Bonner.. Pedia para a mulher ou para a filha do meio que lhe preparasse um lanche... sempre pão passado na manteiga com queijo fresco e um copo de leite com toddy.. e antes de dormir, mais um pedaço de seu doce secreto.. as vezes poderia se parecer mais com uma criança que sua filha caçula.
No trabalho, sempre chegava atrasado, e sempre saia antes do horário... "tenho que buscar minha filha no balé..." era sua melhor desculpa, e quando ficava velha ele simplesmente ligava e dizia.. sem o menor pudor para seu chefe: "tou numa diarreia... mal posso me levantar do vaso e já estou de volta..". E a diarreia nem sempre era inventada, com a quantidade de doces que ele ingeria seria de se estranhar que ele não passasse por isso pelo menos uma vez por semana.

Apesar disso ele era um dessas mentes criativas... não estava pra burocracias e serviços de escritório... gostava mesmo era de inventar.. desde pequenos contos, passando por obras de arte feitas com vidro e areia, engenhocas eletronicas, algum jogo matemático ou quebra cabeças que ele mesmo desenvolvia, indo até receitas culinárias...
Sem duvidas, quando se metia a chefe de cozinha era quando causava mais confusão, misturava doce e salgado, rapadura e pipoca, criou até um picolé feito de água de coco, com coco ralado e leite de coco (não é nem necessário comentar que desastre era o gosto)...
Mas até que um dia ele acertou uma receita de tapioca, que ao mostrar como fazer declarou ser necessária muita "catigoria" para realizar o feito de jogar a massa pra cima e pega-la de volta sem deixar cair (nunca descobrimos o talento e a "catigoria" que ele tinha para limpar o fogão). Mas o que o tornou mundialmente famoso foi sua receita de pé de moleque, muito elogiado por todos os membros da familia e amigos. Tão apreciado.. que passou a ser escondido no fundo do congelador, com seus outros doces secretos. Apesar da grande repercussão sobre a qualidade do doce sempre me recusei a experimentar, até q na ultima vez, depois de um indelicado "não" recebi do mestre cuca com a mesma rispidez da minha negativa: "mas não é possível! como é chata essa menina"

Doente!
Foi o que disseram...
Conhecendo a fortaleza daquele homem, desacreditei que fosse qualquer coisa mais séria que uma pedra nos rins.
Foram dias sem ir ao trabalho, deitado sem levantar da cama, pelo sangue na tosse suspeitava de uma tuberculose, afastando assim a mulher e os filhos.
Por algum motivo em minha cabeça só se passava a ideia "ele está evitando o trabalho"
Um dia, bem disposto levantou-se da cama, pegou um spray de tinta e sentou-se na calçada para pintar um jarro de barro onde depositava moedas para sua filha mais velha..
"como eu pensava, essa história de doença era só desculpa pra ficar dormindo"
Após pintar o jarro, uma fraqueza, um desmaio, hospital, viajem às pressas à goiania.
E eu.. sempre pensando...
"Quê será essa falta de apetite? dizem que não quer comer.. deve ser diabetes, talvez pressão alta, dizem que tem algo nos rins... Diabos! por que não tiram logo essa pedra? E se ele morrer?
Morrer!!? Não, tipo, deve ser hipertensão, hipoglicemia...isso não mata."
E logo, uma ligação... da mãe...
Então foi viajem às pressas, carro cheio de filhas, cunhada, e genro daquele velho senhor
"ah que bom, aproveitar o feriado né? visitar papai, não sei o que fazem naquele hospital que não o curam logo"
Doce ilusão.

Hospital é sempre o mesmo, todo mundo meio frio, meio com cara de morte, e toda aquela burocracia.. "apenas um de cada vez" era a regra.
De repente se apresenta uma moça alta, magra, psicóloga.. ela dizia que nos acompanharia até o quarto, e estaria ali enquanto precisássemos... pra que? eu ainda não sabia.
Primeiro foi a mãe, partiu firme, voltou aos prantos, apoiada nos ombros da moça magrela, psicóloga...
Me sentei no chão.
Em seguida a filha mais velha, partiu séria e tremula... em meio minuto retornou transtornada, seu choro saia aos berros... se agarrou ao marido e seu corpo chacoalhava a cada soluço.
Me levantei, encostei na pilastra.
A filha do meio sumiu pelo corredor branco, já se segurando na dita psicóloga... esta do meio, voltou praticamente desmaiada, parecia que sufocava de tanto chorar.. sentou num desses sofás de hospital e recebeu água com açúcar, e balbuciava palavras sem sentido, parecendo que iria vomitar.
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Durante todo aquele tempo aquela foi a primeira vez que percebi a gravidade do problema, era como se a morte gritasse em todos os cantos daquela sala de espera, e os soluços apenas antecipavam uma tristeza ainda mais profunda que estava por vir.
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Faltavam poucos minutos pro horário de visitas acabar, e todos os olhares se voltaram para a caçula. De repente a sala pareceu estar diminuindo, o ar faltando, e o lugar gelava e esquentava ao mesmo tempo... a menina que se encostava na parede desabou ao chão, chorando soluçado, enquanto tentavam agarra-la, e acalma-la, enquanto a psicóloga magrela dizia:
"Se você não se sentir bem, não precisa entrar, ele vai entender"
Sentia como se a cabeça fosse explodir, o coração fosse saltar e abandonar o peito.
Seu pensamento se perdia, dava voltas... queria fugir, queria acordar.
Queria, precisava, e decidiu! Foi ver o pai.

Aquela caminhada até a porta da UTI foi certamente a mais desesperadora da vida daquela menina.
O corredor parecia ficar cada vez mais estreito, mas a cada passo seu coração estava mais calmo, e os olhos cessaram as lágrimas antes de adentrar ao quarto devidamente esterilizada.
Ao ver o pai, não reconheceu nele nada que se assemelhasse ao homem que conhecia, sua cor era de açafrão, seus olhos fechados e a boca aberta, magro como um daqueles cadáveres dissecados.
A pequena menina se aproximou, beijou o pai, o chamou.. talvez com uma doçura que nunca tinha usado antes
Os olhos cansados se abriram, mas pareciam distantes.. as mãos não se moveram, mas ela as segurava com força... os lábios não eram capazes de pronunciar palavra alguma, e nem era necessário. A menina guardava em seu peito um milhão de palavras e precisaria apenas que ele ouvisse.
Mas enquanto despejava palavras cortadas, e tentava explicar todo seu amor em palavras, e pedir perdão por uma vida inteira de más criações.. a menina percebeu que os "bib bips" que saiam da máquina começaram a aumentar, e dos olhos de seu pai escorriam lágrimas, mesmo que seus lábios não se movessem, e seus braços não tivessem força alguma.
De súbito se calou e tentou beija-lo mais uma vez, quis abraça-lo, mas a cama alta e os fios em seu peito impossibilitavam uma maior aproximação.
Então foram beijos, sorrisos e um "eu te amo" sussurrado bem perto do ouvido, e desejou ouvir sua voz, mas já sabia em sua mente a resposta "também te amo, pretinha do papai".

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E até hoje, me arrependo por nunca ter provado aquele pé de moleque.

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domingo, 25 de abril de 2010

Por tras das janelas

Aprenda a ser só.
Não confie em ninguém, não entregue seus sorrisos a ninguém, mantenha ele entre os dentes
Mantenha seu amor dentro de você, não distribua flores por ai.

Quando for estender a mão, jogue uma pedra
Não dê seu acento no ônibus para as gravidas e não pare na faixa de pedestre.
Fure o semáforo, e nunca acredite nele.

Destrua todas as provas de amor, destrua as cartas também.
Aprenda a tomar café sozinho, e almoçar sozinho..
Provavelmente é assim que vai passar a maior parte da vida.

Muita gente pode dizer coisas lindas pra você, que não querem dizer nada
As noites vão ser sempre iguais, então desista antes que seja pior...
Antes que digam que te amam, sem realmente querer dizer
Aprenda a ser sozinho, aprenda a não viver uma mentira.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

- Um pouco menos coração partido, um pouco mais esperança.

Um dia, eu pensei que gostasse de você...
Então quis te amar
Você disse não, não sabia amar.
E eu continuei gostando
Um dia muito,
Outro menos,
Menos..
Cada vez menos...

Um dia, achei que já éramos apenas colegas distantes
Então comecei a te espetar com ironias
Você reclamou nossa amizade de volta.
Eu te encontrei num banco, você disse que nunca estaríamos bem juntos...
Eu tinha comigo uma boa tese, e bons argumentos de como seriamos bons juntos.
Você disse, "talvez"
Foi embora e me disse o mesmo de sempre, apertando minha cintura.

Um dia te encontrei, entre cigarros e sorrisos sarcásticos
Eu com ódio nos olhos, você meio indignado
Algumas vezes tentou me fazer sorrir, eu tentei te ferir com palavras...
Por um longo momento te olhei nos olhos, e eu sabia que você iria entender.
Dizia no meu olhar cada sentimento controverso que tenho por você
Vontade de matar e de abraçar.
Mais vontade de matar..
Mas sempre, e ainda, queria poder te amar.

- Eternizando memórias

Mais sentimento que ação
Mais reticencias que ponto final...
São virgulas, que se espalham, em lugares desconexos, na oração...
Escrevo, não por gosto pela literatura...
Muito menos por talento ou jeito com as palavras...
Escrevo, pra conseguir dizer todas as coisas que eu só sei sentir.
Pra conseguir entender todas as coisas que eu fiz sem saber porquê.

"Escrevo essas mal traçadas linhas"
Pra falar sobre tudo que eu já quis...
Tudo que eu já perdi...
Pra falar sobre Amor, uma ideia vaga, uma ideia fixa.
Pra falar sobre Ódio, uma palavra muito forte, que se confunde com Amor

Pra falar sobre você e eu, nossa musica favorita..
Como éramos bons juntos, como estamos melhores separados...
Pra falar a verdade escrevo unicamente pra falar sobre você e eu.
Eu sendo sempre eu..
Você, sempre varia o personagem..
Mas é sempre amor.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

- Pra dizer, quando tiver chance.

Essa noite eu sonhei com o amor..
Como se ele tivesse nascido em mim, como se vivesse aqui, em algum lugar, trancado.
Acordei sentindo dor no estômago, acordei com calafrios..
Acordei insegura, e minhas mãos tremiam.
Acho que era amor, pelo frio que fazia e pela intensidade que eu apertava o travesseiro.

***
Nosso amor é filme...
Aqueles que a gente não cansa de assistir, que a gente compra por R$19,90 na Americanas
Só pra poder assistir quando quiser
Segunda 8 da manhã
Sabado a noite.
E que mesmo que a gente saiba todas as falas de cor
E saiba como termina, sempre emociona.
Nosso amor é um filme, eperando continuação.

***
Amor de Parque...
Nasce junto ao por do sol
Meio que da tristeza dos olhos, da solidão dos dias de semana e do tédio de domingo.
A vista do lago é nosso cartão de visitas
Todo cais tem nosso nome.
O mesmo parque que pinta o sorriso nos lábios, embaça os olhos com lágrimas.
E junto com o por do sol nosso amor se vai, dorme...
Espera o dia seguinte, o proximo por do sol que sempre te traz de volta.

***
O amor pede pra começar...
Numa atitude simples de sussurro no ouvido, e mãos dadas pela praça.
Vontade de amar que se esconde na risada de deboche depois do "Amo-te" em folha de papel.
É vontade de ligar, que se amarra entre os dedos
Querer olhar nos olhos e desviar com careta
O amor pede pra começar
Grita silenciosamente por mais, carinho e abraço.
"vem cá, deixa eu pentear seu cabelo"
E sem perceber ou permitir, o amor acabou de começar.

domingo, 11 de abril de 2010

- Lost Someone, my one.

Acabei perdendo as lembranças que me faziam sorrir
Agora tudo que eu encontro são evidencias do que me adoece todos os dias..
Nossa sorte é sermos tão orgulhosos
Não assumir que morremos todos os dias, morremos com a distancia..
Eu morro a cada minuto, todas as vezes que ouço uma musica, digo uma palavra, vejo um pouco de você em cada musica, em todos os caras..

É mesmo uma piada, uma piada bem triste e deprimente
A minha incapacidade de não ficar sem falar seu nome pelo menos umas 5 vezes por dia
Enquanto eu sei que você está vivendo feliz por ai, e certamente nem se lembra daquela garota magrela e infeliz que sempre te fazia sorrir por sempre estar irritada e mau humorada.

Eu não sei mais acho que vou viver nessa pra sempre
Desocupo minha mente de você por 5 minutos mas logo você ta de volta
Nas rosas, nos livros, no travesseiro... você ainda é meu travesseiro
Gosto de imaginar você antes de dormir, e a forma como vc acariciava meu cabelo.
Daí vem o frio.. que me lembra que eu perdi
Perdi você, amor único.

Agora somos estranhos, aposto que você nem se lembra do motivo que me faz chorar..
Aposto que se esqueceu dos meus segredos que só você sabe..
Aposto que esqueceu do porque que eu preciso tanto de você..
Eu não sei viver sozinha, você sabe porque.. sabe e faz questão de esquecer.
Hoje eu sei.. a culpa não é minha, muitas vezes eu ameacei te abandonar e nunca fui capaz..
Mas você, você quando me deu as costas, nunca parou nem pra conferir se eu continuo respirando.. nem pra se compadecer do meu sofrimento dominical, que só você sabe como é difícil, como é difícil sobreviver aos almoços de família.

Te dei tudo de mim, quando você precisou, quando sua mãe precisou, quando seu pai precisou..
Faço sacrifícios até hoje, me mantenho longe porque você me fez acreditar que é disso que você precisa.
Morro todos os dias, porque é disso que você precisa..
Morro todos os dias, porque já não é de mim que você precisa..
Morro e vou continuar morrendo, até que me acabem as vidas, ou até que você volte..
se lembre de mim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

De ombros e cigarros

Fugimos sempre pro mesmo lugar..
é nosso truque, a forma que encontramos pra conseguir continuar vivendo
Nosso mesmo lugar de sempre,
Enquanto estamos lá, nos esquecemos do mundo desabando lá fora
Tudo deixa de existir, só o que importa é o lago, as serras e os cigarros.

Fugimos de ter que voltar
Lá vivemos planos de futuros incertos, contando que nossa companhia será eterna..
Viajamos de carro até a praia, vamos a boates, beijamos e amamos belos garotos com seus corpos esculturais.. tudo isso sentados em um banco, olhando a fumaça que abandona nossos pulmões..

Compartilhamos o sonho da noite passada
Fazemos confidências sexuais
Falamos mal da vida alheia, sempre sorrindo ao final da nossa falsidade
Lembramos dos amigos queridos e de cada caracteristica que os fazem únicos
aquele jeitinho especial de cada um que nos faz sorrir.

Agradecemos por estar ali juntos, só os dois.. enquanto o sol se põe
E a cada mudança de cor no céu nos damos conta que o tempo está indo embora..
e nossas obrigações nos fazem voltar ao mundo real.. onde tudo volta a desabar sobre nós..
Perdemos o brilho nos olhos e o sorriso se torna menos intenso..
Mas na despedida na calçada, se renova a esperança.. de sempre nos vermos de novo.. na nossa eterna fuga pro exato mesmo lugar.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

- Setembro 2007

Eu, em seu lugar.. também não acreditaria.
Sentada no banco do pátio da escola, sem escolher bem as palavras.. tentava explicar o que eu mesma não conseguia entender..

Por algum motivo, que ainda não entendo.. me apaixonei por outra pessoa
Mesmo tendo o namorado perfeito, mesmo sendo feliz, mesmo tendo a vida que eu sempre quis.. "me apaixonei por outra pessoa"
e como se não fosse bastante "não quero te perder, mas, se eu tiver a chance não vou deixar de ficar com ele"

A reação foi a esperada..
Choro.. desespero.. frases engasgadas.. até que um "sai da minha frente" me fez ir para minha sala com lágrimas nos olhos assistir a primeira aula.. aula de português.
O tempo passava, os sinos soavam, os professores mudavam e minhas lágrimas não paravam de rolar.. assim como as dele, que continuava imóvel no mesmo banco.

Depois do intervalo comecei a me preocupar, falei com nossos amigos e ele não tinha aparecido pra prova de matemática que era no terceiro tempo.
Foi quando eu o vi de longe, desmoronando em lágrimas.. e a minha reação foi a mesma.
Corri pro banheiro, em busca de alivio pros meus olhos que queimavam quando uma garota magrela do 1º ano, que eu nunca tinha visto antes apareceu.. me chamando pelo nome. "O que aconteceu.. vocês brigaram? não é possível, vocês são tão perfeitos.. não fica assim".

Me assustou que uma garota que nunca vi antes nos admirasse tanto.. mas isso não chega a ter importância.
De volta pra sala após o intervalo, ainda não havia acalmado meus olhos..
e todos já comentavam a nosso respeito.. estranho como éramos conhecidos.

Foi então no ultimo horário, minha prova de matemática seria agora.. e apesar de pensar em qualquer coisa menos em polinómios eu tentava me concentrar.. quando de repente..
Da porta da sala eu escutei sua voz, pedindo licença para a professora..
E foi então que de frente a toda turma do 3º ano 10 ele,não sei com que coragem e em lágrimas declarou todo seu amor, e todo seu desespero e impossibilidade de continuar sem mim.
"Não importa, não me importa nada.. Eu te amo.. Só quero ficar contigo.. Fica comigo.. Ninguém te ama como eu."

Eu já nem podia mais respirar..
Voei da minha cadeira, larguei prova, esqueci dos 40 alunos que estavam ali e da professora..
Voei pra beijar o amor da minha vida, longa e deliciosamente..
Até sermos interrompidos pela velha professora.. "Acho que você ainda tem uma prova pra fazer né moça? e você rapaz.. perdeu a prova na sua turma né? mas vou te dar essa chance, senta lá perto da sua garota, vamos continuar a prova."

E fomos felizes pra sempre...
Durante o resto do dia.

terça-feira, 6 de abril de 2010

- Uma menina chamada Renata.

Ela tem nos olhos um brilho diferente
Um misto de inocência e malicia, em balanço perfeito.

Em sua doçura quase infantil, fala da vida e do mundo como gente grande.
No amor está anos luz à nossa frente, aos 13 anos já não possui nenhuma daquelas ilusões de principe encantado, nem se deixa enganar por frases bonitas e pré-decoradas..
Não sei dizer se é bom ou ruim, desde muito cedo desacredita da magia, e sorri dos que amam.
Mesmo que guarde dentro de si seu amor não correspondido.

Pequena criança, mais parece feita de porcelana, desenhada delicadamente em linhas finas por um desenhista cuidadoso.
Só de ver da vontade de abraçar, proteger, de voltar a ser criança..
Sorrir e dançar sem motivo.

Transforma tardes em parque em momentos inesqueciveis, cheio de risadas inevitáveis quando se pega a perseguir o Marreco do parque, como se ele fosse alguém famoso, e ela uma paparazzi.
Pequenas atitudes de criança que se confundem com sua complexidade emocional..

É o chaveirinho que todo mundo deseja guardar cuidadosamente no bolso
e sem perceber ela coloca todos nós no bolso, e como um anjinho apronta peripercias que o diabo duvidaria, e depois com toda sua fofura sorri..
negando completamente sua marginalidade de fins de semana.

E que ninguém duvide de sua inocência, criança mais pura, não existe.

domingo, 4 de abril de 2010

Barely Legal

Será estupidez minha.. ou ignorância de quem me rodeia
esconder segredos de mim é tão inutil quanto varrer calçada em tarde de ventania.

Como se o mais improvável sempre fosse o mais certo de acontecer
Nenhum mistério fica sem solução, nada fica pelo avesso.
Seja por um simples acaso, ou por deslize de coração que necessita desabafo.

Sempre fico sozinha, em momentos como esse.. revendo tudo o que passou
e eu sempre sei, mesmo que se negue eu sempre sei.

O vazio é sempre meu melhor amigo, e o acaso sempre me faz companhia
nem sempre agradável.
A ignorancia as vezes é melhor companheira do que qualquer sabedoria universal..

Algumas coisas ainda me pegam de surpresa, mas com um pouco de cinismo tudo parece natural como uma tarde de domingo no clube.

E no fim, como o esperado é sempre decepção
nunca me surpreendo.