quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

sempre me distraio olhando a chuva..
é automático.. a chuva cai meu pensamento vai..
correndo e sorrindo pela chuva.. seu corpo me abraçando forte..
gosto da tua pele molhada, de encontro com a minha.. tua pele macia, morena..
de volta correndo pra casa, secando nossos corpos nos lençóis..
molhando nossos corpos na saliva...

droga de chuva!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O que fica por dizer..

Dono de um cabelo minuciosamente bagunçado, costas largas, camiseta com um desenho enorme do inspirador Bart Simpson nas costas..
Olhava atentamente o freeser, acho que tentava escolher entre tantas opções..
Águas com um toque de limão, levemente gaseificadas.. tarefa difícil escolher que água levar..
Eu decididamente queria uma água normal, sem gás, e bem gelada..

- Er, Licença?
- Ôpa, toda..

Sorriso largo, gostoso.. dentes perfeitos, caninos pontudos..
Aqueles olhos morenos, olhos morenos sabe? Sedutores..
Gentilmente, abriu o freeser e fez um gesto com a mão como quem diz "Você primeiro"

- Obrigada.
- Naaada.

Me dirigi ao caixa, sentia meu rosto quente..
Tudo isso por um sorriso?
R$3,00 por duas águas, paguei no cartão..
Aquele corpo moreno, logo atrás de mim.. finalmente escolheu sua "água" gaseificada com limão..

Virei meu corpo na direção contrária da saída.. Frente a frente com aquele belo goiano de sorriso largo..
Olhei aqueles olhos.. desviei o olhar..
Sorriso de canto de boca.. Meia volta..
Fui embora.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

hoje é um daqueles dias que levantar da cama seria um esforço absurdo..
recusei convites para compras no centro.. recusei café da manhã
recusei escovar os dentes, recusei sair de debaixo do cobertor..
a ideia de estar tão longe de onde desejo me deixa fraca, me deixa apática..
a ideia de não poder ter meu delicioso cigarro matinal me deixa com um aspecto de morte que é terrível.. terrível.
e esse medo que vem pela distancia, vem pela ausência
medo de perder, medo de não ter..
espero tanto, tanto..
essas noites que me deito cedo, são pesadelos de insónia, vivendo em sonhos meio acordados a esperança que desejava não possuir..
maldita esperança

estava eu tão bem em meu quarto escuro..
por que tinham que acender a luz?

domingo, 27 de dezembro de 2009

cada dia acordo me sentindo diferente,
um dia mais triste, no outro mais distante..
as vezes empolgada ou delicadamente rejeitada.
nunca completa, nunca feliz..

sempre sinto frio quando acordo, mesmo fazendo 40 graus lá fora.
meu acordar pede cigarro, rejeita o pão integral..
nunca fui boa em recomeço, e um dia não parece continuaçao do outro.
espero ansiosamente companhia para meu mau humor.

espero constantemente por alguma mudança, sem que eu tenha que fazer nada
espero o mundo de ponta cabeça, espero conseguir o que eu quero..
espero sentada, enquanto fumo meu cigarro e rejeito o pão integral.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Não valho o brilho nos olhos,
Não valho a doçura das palavras,
Não valho a ternura dos carinhos,
Não valho o calor dos abraços..
Não valho o tempo, não valho nada.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Prometo um jardim sem flores,
Prometo sorriso sem entusiasmo,
Prometo garrafas vazias,
Prometo arrepios sem frio,
Prometo beijo sem amor,
Prometo gritos sem protestos,
Prometo abraço sem compaixão,
Prometo terror sem medo,
Prometo choro sem emoção,
Prometo uma Mentira Perfeita.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A caminho do Colégio

Peguei as chaves do carro, avisei que ia sair..
"uma volta, só pra espairecer, já já eu volto mãezinha"
Vidros baixados, musica do Engenheiros, fui dirigindo sem ter exatamente pra onde ir.
Peguei a avenida e fui tocando pro centro, dirigindo despreocupadamente, quase despreocupadamente demais, quando passo em frente do meu antigo colégio (um dos muitos onde estudei).
Subitamente me veio à lembrança meu pai, e as longas viagens que fazíamos juntos naquela belina velha de casa até o colégio, não que o caminho fosse longo, mas ele parecia fazer questão de não passar dos 40, fato que me irritava profundamente, porque além de ir devagar ele ia repetindo a mesma ladainha de todas as manhãs, sobre estudos, responsabilidade, futuro, blá blá blá.. coisas que eu realmente não fazia questão de escutar.
Mas o fato que marcou, foi quando num desses dias, quando minha rebeldia pré adolescente tava mais aflorada, eu me recusei a dar-lhe um beijo de despedida ao descer..
Ele desobstruiu a rua, encostou no estacionamento e me disse algo que até aquele meu momento "Déjà Vu" eu havia me esquecido: "Minha filha, quando eu tinha sua idade nunca dei ouvidos ao que meu pai dizia, o achava um tolo.. "tolice, tolice" repetia para mim mesmo enquanto ele falava. Só após a morte do meu pai, quase 50 anos depois eu entendi e reconheci o valor das coisas que ele me dizia, e é realmente triste ver que minha filha fará o mesmo. Boa aula."
Desci do carro realmente aborrecida, "ah, meu pai vem com cada coisa, acha que essa história de morte me comove".

É, não me comoveu, continuei a mesma chata de sempre, o mesmo humor espinhento, a mesma metidinha que se afastava dos beijos e abraços do velho pai.
Ironico que aproximadamente uns 5 anos depois eu estava ali, sentindo falta daquela lenta jornada até o colégio, da barba e dos beijos de despedida. Não que agora tudo o que ele me disse faça sentido, ou que tenham algum valor como uma grande lição de vida, o valor maior é do momento perdido, da voz severa e macia que nunca voltei a ouvir, se não em meus sonhos.

Mas pelo menos acho que ele ainda pode se sentir orgulhoso, levei bem menos tempo do que ele levou com seu pai pra perceber a importância das palavras, nem tanto pelo conteúdo, mas pelo valor inestimável da companhia.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Deitada na varanda, curtindo um delicioso lucky e o sol da manhã aquecendo minhas coxas, "montanha mágica" embalando meus pensamentos..
A solidão de uma manhã de quinta, não existe nada mais agradável, nada mais confortável.
É assim que eu me vejo, passando o resto da minha vida, numa casa só minha, uma varanda aconchegante, um sorriso simples de satisfação solitária.
Tudo que preciso é o que nunca vou perder, está sempre comigo.. Preciso apenas de mim.
Dias de sol, alternados por dias de chuva, um amor platónico pra ter em quem pensar, ninguém pra me obrigar a fazer o que não quero.
Ser livre, ser só.

domingo, 13 de dezembro de 2009

vontade de sorrir pras paredes.
não que a vida seja boa, não que vá se tornar boa
mas a vontade de sorrir, a vontade de sorrir tomou conta

não sei se pelo dia chuvoso, não sei se pela cerveja gelada
sei que o sorriso não foi embora
colou no meu rosto

não chega ser alegria, nem felicidade
é satisfação
a gente sempre sabe quando o dia vai ser bom

e o sorriso se prendeu em mim
sorriso reluzente,
sorriso de quem sonha ser feliz

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sabe não tem muito que se possa fazer,
o melhor que da pra fazer é tentar.

Sabendo que todas as manhãs serão iguais, tentando fazer com que chova como choveu aquela manhã, tentando fazer que você me beije como me beijou..
quando nós eramos apaixonados.
tentando te trazer de volta.


E quanto mais o tempo passa, mais tenho certeza de que nunca vai voltar,
e nunca irá me deixar.
você ainda é toda brisa que toca meu rosto, toda gota de chuva que cai,
você é cada cigarro e cada lágrima que eu não consigo derramar.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Coisas Insignificantes

O Jeito como anoitece em dias de chuva.
A saudade que dá em banco de praça.
O arrepio que vem quando esfria de repente.
O gosto de comer chocolate escondido.
A solidão de fumar na varanda.
O jeito engraçado que ele arruma o cabelo.
O gosto de coca em garrafa de vidro.


Nunca parece ser demais..
Nunca é demais.


Cor de parque em domingo nublado.
Por do Sol em beira de lago.
Velhas baladas em carro apertado.
Antartica gelada em dia ensolarado.
Embriaguez em dia de Terça


Me dê um mundo de pequenas coisas..
Me dê uma mordida no nariz.